quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Quarto I


Naquele quarto, que é o mundo paralelo onde ela vive, naquele quarto onde consegue manifestar suas fraquezas, felicidades, desilusões...ah o quarto.
O quarto, onde ela descobre coisas nas quais não imaginava. Como por exemplo, o primeiro amor da sua vida, talvez único amor que um dia sua vida teve, irá casar-se. E não é com ela. Por causa dele, ela desistiu do amor, por causa dele, o ceticismo toma conta do corpo. POR CAUSA DELE, as coisas nunca foram as mesmas. Mas isso é passado, Fulana (nome fictício da personagem) não se importa mais com isso. Agora, o presente é o que importa, mas se nesse presente alguma coisa acontecer com o seu ex- primeiro amor, a tristeza não será bem vinda.
A descoberta do casamento foi algo desconcertante, pois Fulana não imaginava que quando fizesse a pergunta “alguma novidade”, a resposta seria um “sim, estou noivo”. De cair o queixo, acredite, eu também fiquei. Mas o que ela esperava? Que ele dissesse, “Olha Fulana, sei que faz 7 anos que nosso relacionamento acabou, mas desde aquela época, não consigo parar de pensar em ti, e em tudo que eu um dia te fiz. Gostaria que aceitasse minhas desculpas e que soubesse que ainda o sentimento gostar, permanece em meu peito por ti. Queria te ver essa semana, é possível?”. Piada. Nunca que isso aconteceria, mas ela desejou isso secretamente. Mas não porque sentisse algo por ele, mas por questões vingativas, mesmo. Queria dizer um “não seria possível, porque depois de tudo o que tu me fez, nunca consegui ter um relacionamento, no qual eu acreditasse na pessoa que estava comigo. Espero que te sintas bem sabendo disso! Que tu arruinou todos os sentimentos que um dia eu pudesse a ter por alguém!! MORRAAAAA”. (Talvez não nessas palavras, mas ela adoraria fazer ele saber o quanto ela sofreu com todos os acontecimentos).
E o pior, é que no fim, depois da descoberta, Fulana deu os parabéns e começaram a falar sobre seguros de carro. O quão alto estava o valor desses seguros. Um absurdo.
A vida dela se resume em uma palavra: Quarto. O dela, lógico. Onde todas as coisas para manter Fulana viva, se estabelecem nos seus devidos lugares, (não tão devidos assim).

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